Duelo dos “Bancões”: qual a minha ação preferida entre Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11)


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Eu vejo, com certa frequência, colegas analistas alternando as suas “top picks” (ações preferidas) dos “bancões” entre Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11). Isso me gera certa curiosidade pois, ao meu ver, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), as outras que completam o grupo de “bancões”, são alternativas de investimento muito superiores.

Por terem um comportamento de preços mais volátil, Bradesco e Santander podem oferecer oportunidades de ganhos de curto-prazo (“trades”) mais interessantes do que Itaú e BB, que são ações mais estáveis.

No entanto, como investimento de longo prazo, O Itaú é a melhor alternativa sob a perspectiva de histórico consistente de gestão e performance, e o BB sob a perspectiva de valor, dado que é a ação com indicadores mais descontados em relação ao seu preço entre os “bancões”.

Neste artigo, vou mostrar todas as etapas da minha análise que me levaram a eleger o Banco Itaú como a minha preferida no setor, reconhecendo também o mérito do investimento nas ações do Banco do Brasil.

Análise Quantitativa

Começamos com uma análise de dados do preço das ações nos últimos 5 anos, apresentados na tabela abaixo:

Ação Alocação Rentabilidade Anual Variação 12M Maior Queda Beta
BBAS3 83% 15,54% a.a +1,06% -31,47% 0.77
BBDC4 0% 2,96% a.a -15,84% -28,59% 0,65
ITUB4 17% 9,02% +11,15% -23,69% 0.56
SANB11 0% 2,64% -13,88% -27,90% 0.75


O campo “Alocação” é um estudo realizado de acordo com as variações no preço de cada ação, mostrando qual alocação entre as 4 ações trouxe a melhor relação de risco e retorno para a carteira no período estudado (5 anos).

A concentração de 83% da carteira no Banco do Brasil (BBAS3) é reflexo da sua valorização no período ter sido muito superior às demais, e a alocação de 17% no Itaú (ITUB4) vem pelo fato não só de ter ficado na 2ª colocação em termos de retorno, mas ser a ação menos volátil do grupo. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) aparecem com 0% pois a performance destas ações no período deixou a desejar, tanto em termos de retorno, quanto de volatilidade (risco).

No entanto, o fato da ação ter tido um bom desempenho no passado, não significa que ela também terá no futuro. A ação pode estar sobrevalorizada, por isso vamos prosseguir com a análise.

PS: O “Beta” mede a correlação da ação com o índice de mercado, no caso o Ibovespa. Quanto menor for este indicador, menos a ação flutua conforme as oscilações do mercado. Vemos que o Itaú (ITUB4) é a ação com o menor Beta do grupo, mostrando seu caráter mais estável e “defensivo”, que também se mostra no campo “Maior Queda”, com o Itaú (ITUB4) tendo sofrido a menor desvalorização no período analisado.


Análise Fundamentalista

Agora, vamos analisar alguns indicadores operacionais, de retorno, e de valor das quatro ações, apresentados na tabela abaixo:

Ação Margem Líquida ROE Dividend Yield P/VP P/L Taxa Inadimp.
BBAS3 12,13% 17,87% 10,27% 0,81 4,55 3,0%
BBDC4 7,03% 8,87% 11,02% 0,87 9,84 4,3%
ITUB4 12,23% 19,38% 6,81% 1,68 8,67 2,7%
SANB11 8,56% 9,65% 6,09% 0,84 8,70 3,2%


Os indicadores de valor, chamados de “múltiplos”, que comparam o preço da ação com o lucro da empresa (P/L), e o seu valor patrimonial (P/VP), indicam maior atratividade das ações do Banco do Brasil (BBAS3). No caso dos múltiplos, quanto menor o seu valor, mais “descontado” está o preço da ação em relação ao lucro e valor da empresa.

Além de múltiplos mais atrativos, o Banco do Brasil (BBAS3) apresenta indicadores de performance e retorno (margem líquida e ROE) muito próximos aos do Itaú (ITUB4), por isso a tese de investimento na ação se sustenta tanto.

Porém, o que diferencia o Itaú (ITUB4) dos demais bancos, não são só os melhores indicadores de rentabilidade, retorno e inadimplência, mas a capacidade do banco em sustentar estes bons indicadores ao longo do tempo, ao contrário do Banco do Brasil (BBAS3), que vem de um bom momento, mas já experienciou momentos de rentabilidade mais fraca. Soma-se a isso o Itaú(ITUB4) ser o único representante brasileiro entre as 500 marcas mais valiosas do mundo, se justifica a minha preferência por ele, mesmo gostando também da tese de investimento no Banco do Brasil (BBAS3).


Análise Gráfica


BBAS3: Tendência de alta, com potencial de ganho de +12%, e potencial de perda de -19%.

BBDC4: Tendência lateral, com potencial de ganho de +60%, e potencial de perda de -25%.

ITUB4: Tendência de alta, com potencial de ganho de +10%, e potencial de perda de -15%.

SANB11: Tendência lateral, com potencial de ganho de +40%, e potencial de perda de -20%.

Conforme coloquei no início do artigo, Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) podem apresentar uma relação de risco e retorno mais interessante para uma operação de curto-prazo (trade), mas a tendência de preço destas ações estão lateralizadas, ao contrário de Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4), que operam em tendência de alta, com a análise gráfica apontando também que são ações mais atrativas para investimento a longo prazo.









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SOBRE HENRIQUE DUQUE

Trader a Analista de Investimentos com Certificação CNPI-P n° 3257, habilitado a fazer recomendações usando todas as técnicas de análise de investimentos;
CEO e fundador da Carteira Perpétua, plataforma de carteiras recomendadas e conteúdo educativo sobre investimentos;
Formando em Economia pela FGV-EESP.

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