Bolsa americana nas máximas? Veja 4 ações que ainda estão “baratas”


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Bolsa americana nas máximas? Veja 4 ações que ainda estão “baratas”

Após atingir um novo recorde histórico no primeiro trimestre deste ano, alguns analistas passaram a alertar sobre o risco de uma correção (desvalorização) no índice S&P500. Eu faço parte deste grupo, e se você quiser entender o porquê, confira este artigo:

Por que eu acredito que a bolsa americana está “cara” e vai sofrer uma correção?

Enquanto o rali da Inteligência Artificial segue levando o mercado para cima, separei aqui 4 ações que caminharam na direção contrária, abrindo uma boa distância entre suas cotações máximas. O

fato de serem empresas bastante conhecidas, com alto reconhecimento de suas marcas, me levou a analisar mais de perto estes casos.

Nike


Reserva de valor: Os metais preciosos, como ouro e prata, têm sido historicamente valorizados como uma reserva de valor ao longo do tempo. Eles têm características físicas únicas, como durabilidade e escassez, que lhes conferem valor intrínseco. Como resultado, os investidores muitas vezes recorrem a metais preciosos em momentos de incerteza econômica e volatilidade do mercado para proteger seu patrimônio contra desvalorizações de moeda e perdas de poder de compra.

A receita da empresa vem patinando nos últimos anos, enfrentando dificuldades para crescer, sobretudo no mercado asiático, onde a Nike está perdendo mercado para a sua principal rival, Adidas.

Recentemente, após revisar para baixo suas projeções de faturamento para 2025, as ações despencaram -20% num único dia. Na cotação de hoje ($75,28 - 4/7/24), um retorno à máxima histórica traria um ganho de +130%.

Abaixo o que me interessou neste caso:

  • Empresa cortou despesas e conseguiu defender a sua margem de lucro;
  • Indicadores de valor (múltiplos) atingiram níveis bem abaixo de suas médias, enquanto que os indicadores de rentabilidade, como margem de lucro e ROE, seguem se sustentando acima de suas médias;
  • Endividamento da empresa totalmente sob controle;
  • Nike possui produto, valor de marca, é uma questão de fazer ajustes na estratégia de marketing e canais de venda;
  • Recomendação: COMPRA (preço limite de $95 na stock e R$53 no BDR);
  • Riscos: receita em declínio, ou mesmo estagnada, por mais tempo, pode prejudicar os números da empresa e derrubar ainda mais o preço da ação (risco de uma desvalorização adicional de -40% em relação a cotação da data deste relatório).



Intel


Na cotação de hoje (5/7/24), as ações acumulam uma baixa de -45% em relação à sua máxima histórica em Abril/21. Este desempenho vai totalmente na contramão do seu setor, que no mesmo período viu as ações da Nvidia disparem +780%, Taiwan Semiconductor +48%, e AMD +97%.

Essa diferença pode ser explicada por 3 fatores:

  • Perda de market share (fatia de mercado) no segmento de processadores para CPUs (computadores convencionais);
  • Largou atrás na “corrida” dos chips e processadores para softwares de Inteligência Artificial (I.A.) e computação de alta performance;
  • Aumentou a sua dívida para bancar investimentos em aumento da capacidade de produção de semicondutores. Mesmo com apoio do governo americano (questão estratégica desde a quebra na cadeia de fornecimento durante a pandemia), essa é uma área da empresa que, sozinha, gerou um prejuízo de U$7 bilhões em 2023.



Pfizer


Durante a pandemia da Covid-19, a Pfizer experienciou um pico de receita, lucro e, consequentemente, no preço de sua ação. O arrefecimento da pandemia trouxe os números da empresa de volta à normalidade, e a ação encontra-se hoje abaixo do nível de preço pré-pandemia.

Essa precificação ignora, ao meu ver, 3 fatores importantes: 1 - o caixa gerado durante a pandemia possibilitou a aquisição da Seagen, consolidando a posição de liderança da Pfizer no tratamento oncológico; 2 - o conhecimento adquirido ao desenvolver medicamentos de tratamento e prevenção da Covid-19 será útil para a Pfizer também consolidar a sua liderança no tratamento de doenças respiratórias; 3 - embora muito distante do seu pico, a empresa ainda tem receita oriunda da vacina e medicamentos contra a Covid-19.

Além disso, destaco alguns pontos da análise:

  • Dividend Yield de 6,07%;
  • Indicadores de valor (múltiplos) abaixo de suas médias históricas, indicando atratividade na ação;
  • Indicadores de rentabilidade como margem de lucro e ROE ainda estão abaixo de suas médias, e o nível de endividamento da empresa, acima da média por conta da aquisição da Seagen. No entanto, todos estes indicadores estão em recuperação, caminhando de volta à média;
  • Ação de perfil “defensivo”, que costuma ir na contramão do mercado, e possui baixa correlação com as ações brasileiras, servindo também como um instrumento de proteção da carteira;
  • Recomendação: COMPRA (preço limite de $32 na stock e R$45 no BDR);
  • Riscos: descontinuidade dos medicamentos de combate à obesidade ofuscaram a ação, e outras farmacêuticas ganharam a preferência do mercado. Endividamento, embora em trajetória de recuperação, segue acima da média e pode atrapalhar os resultados futuros da empresa.


Disney


O segmento de experiências (parques temáticos, resorts e cruzeiros) da Disney foi, naturalmente, afetado durante a pandemia, mas apresentou uma recuperação sólida, e segue como principal responsável pela geração de caixa e lucro da empresa.

A desconfiança do mercado em relação à Disney é por conta da sua divisão de streaming. A transição para o digital tem sido difícil para os grupos de mídia tradicionais. No caso da Disney, foram U$11 bilhões de prejuízo acumulados com o Disney+ desde o seu lançamento em 2019, até que a divisão (Disney+, ESPN+ e Hulu) registrasse o seu primeiro lucro.

Ainda assim, o mercado permanece cético sobre a capacidade da empresa sustentar seus lucros no streaming, e ainda a enxerga em desvantagem sobre suas rivais Netflix, Apple e Amazon.

Olhando os números, os indicadores de valor seguem pouco acima da média histórica, e os indicadores de rentabilidade, abaixo. Além disso, a análise gráfica indica uma maior probabilidade do preço da ação continuar caindo, até o nível de U$85 (stock) e R$28 (BDR).

Nos preços indicados, recomendo a compra da ação por avaliar a relação risco e retorno como positiva. Como foi dito, o segmento de experiências da Disney segue apresentando excelentes resultados, e apesar das dificuldades no streaming, a sua capacidade de criação de conteúdo (filmes, desenho, personagens icônicos) é indiscutível, sendo uma questão de tempo até a empresa descobrir a melhor estratégia de monetização do seu conteúdo.

Recomendação: COMPRA a U$85 (stock) e R$28 (BDR)

Riscos: concorrência da Universal no segmento de parques temáticos, e concorrência com as empresas de tecnologia no streaming, podem comprometer os resultados da empresa e a ação seguir se desvalorizando













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SOBRE HENRIQUE DUQUE

Trader a Analista de Investimentos com Certificação CNPI-P n° 3257, habilitado a fazer recomendações usando todas as técnicas de análise de investimentos;
CEO e fundador da Carteira Perpétua, plataforma de carteiras recomendadas e conteúdo educativo sobre investimentos;
Formando em Economia pela FGV-EESP.
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