O termo “IPO” vem do inglês “Initial Public Offer”, que significa “Oferta Pública Inicial”, e é quando uma empresa começa a ter as suas ações negociadas na bolsa de valores.
Para a empresa, é uma oportunidade de acessar o mercado de capitais e captar recursos de uma maneira alternativa, e potencialmente mais barata do que um empréstimo bancário ou outro tipo de endividamento. Para o mercado, é a oportunidade de investir em uma empresa nova.
No entanto, nem sempre as expectativas se realizam, e o negócio pode acabar não sendo positivo, tanto para as empresas, quanto para os investidores.
Selecionei algumas empresas conhecidas que fizeram o seu IPO a partir de 2020. Vamos conferir como está a performance destas ações desde a sua estreia na bolsa (utilizando como base a cotação de fechamento do dia 23/9/2024), e também quais foram as maiores valorizações e desvalorizações em relação ao preço inicial da ação:
Boa Safra Sementes (SOJA3)
Líder na produção de sementes de soja no Brasil.
IPO: Abril/2021
Resultado: -8%
Maior queda: -31,33%
Maior valorização: +46,04%
Enjuei (ENJU3)
Comércio eletrônico especializado na venda de produtos (de roupas a móveis) usados.
IPO: Novembro/2020
Resultado: -85,97%
Maior queda: -92,17%
Maior valorização: +110,54%
Get Ninjas (NINJ3)
Plataforma para contratação de serviços em geral.
IPO: Maio/2021
Resultado: -75,73%
Maior queda: -88,44%
Maior valorização: +35,54%
Grupo Mateus (GMAT3)
Uma das maiores redes de hipermercados e atacados do Brasil.
IPO: Outubro/2020
Resultado: -22,38%
Maior queda: -54,38%
Maior valorização: nunca mais atingiu o preço do IPO
Intelbrás (INTB3)
Fabricante de equipamentos de monitoramento e segurança para empresas e residências.
IPO: Fevereiro/2021
Resultado: +14,43%
Maior queda: -10,51%
Maior valorização: +93%
Locaweb (LWSA3)
Empresa de hospedagem de sites, serviços de internet, e computação em nuvem.
IPO: Fevereiro/2020
Resultado: -18,87%
Maior queda: -49,37%
Maior valorização: +553,18%
Lojas Quero-Quero (LJQQ3)
Rede de lojas de material de construção, eletrodomésticos e móveis.
IPO: Agosto/2020
Resultado: -72,31%
Maior queda: -75,53%
Maior valorização: +84,63%
Mobly (MBLY3)
Comércio eletrônico de móveis e artigos de decoração
IPO: Fevereiro/2021
Resultado: -90,55%
Maior queda: -93,29%
Maior valorização: nunca mais atingiu o preço do IPO
Petz (PETZ3)
Maior rede de PetShops e serviços para Pets do Brasil.
IPO: Setembro/2020
Resultado: -66,16%
Maior queda: -77,61%
Maior valorização: +97,60%
Raízen (RAIZ4)
Empresa de energia que atua nos setores de produção de açúcar e etanol, distribuição de combustíveis, geração de energia renovável e lubrificantes.
IPO: Agosto/2021
Resultado: -59,08%
Maior queda: -69,53%
Maior valorização: nunca mais atingiu o preço do IPO
Rede D’Or São Luiz (RDOR3)
Maior grupo hospitalar privado do Brasil.
IPO: Dezembro/2020
Resultado: -50,61%
Maior queda: -68,87%
Maior valorização: +16,22%
Comentários
Se você reparou num certo padrão, garanto que não se trata de uma mera coincidência. Notamos que a maioria das ações sobe após o seu IPO para, logo em seguida, sofrer uma forte desvalorização.
Isso é um reflexo de como os processos de IPO são feitos para atender a diversos interesses. O interesse da empresa é captar a maior quantidade de recursos possível. As comissões dos bancos de investimentos que participam do processo são calculadas sobre o valor final do IPO. Ou seja, o interesse de todos os envolvidos na operação, é que a ação seja lançada ao maior preço possível.
É justamente por isso que os IPOs acontecem nos momentos de alta do mercado, e praticamente secam nos momentos de baixa.
Mesmo sendo lançada acima do que seria o “preço justo”, a euforia e o momento comprador do mercado sustentam uma alta na ação após o seu IPO. Mas conforme a empresa vai divulgando os seus resultados trimestrais, começa a ficar claro que o preço do IPO considerava um potencial de crescimento que a empresa não vai conseguir entregar. Se combinado com um momento ruim do mercado como um todo, a ação pode sofrer uma desvalorização muito forte.
Disclaimer
SOBRE HENRIQUE DUQUE
Trader a Analista de Investimentos com Certificação CNPI-P n° 3257, habilitado a fazer recomendações usando todas as técnicas de análise de investimentos;
CEO e fundador da Carteira Perpétua, plataforma de carteiras recomendadas e conteúdo educativo sobre investimentos;
Formando em Economia pela FGV-EESP.
Quer conhecer a minha carteira completa ? clique aqui
AVISO LEGAL
AVISO LEGAL Este artigo não contém nenhuma recomendação de investimento, tendo caráter meramente informativo. Retornos históricos não são garantia de retornos futuros; Os riscos envolvidos no investimento recomendado foram apresentados neste mesmo relatório, estando o(a) leitor(a) ciente deles; A responsabilidade técnica por todas as recomendações de investimento é atribuída à Henrique Duque Peters, profissional certificado pela APIMEC sob o certificado CNPI-P n°3257, estando devidamente autorizado a recomendar investimentos com base em todas as técnicas de análise; Todas as recomendações refletem a opinião do analista com base numa análise independente, não recebendo quaisquer vantagens pelas indicações, ou se expondo a uma situação de conflito de interesses; O profissional cumpre todas as regras, diretrizes e procedimentos estabelecidos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em sua Resolução n°20, que dispõe sobre a atividade de analista de valores mobiliários. O analista não se responsabiliza por quaisquer perdas ocasionada por uma de suas recomendações de investimento.
Relacionados
Por Lucas Quiles
Métodos de Valuation
Por Lucas Quiles
Bolsa americana nas máximas? Veja 4 ações que ainda estão “baratas”