Economia

O que é Moral Hazard ?

"o risco moral é a despesa excessiva devido aos benefícios do seguro" - John Marshall

O risco moral é um fenômeno presente em diversas esferas, incluindo a contratação de seguros, a admissão de novos funcionários, o mercado de crédito, a política monetária e os investimentos. Em cada uma dessas áreas, o risco moral surge devido à informação assimétrica, na qual uma das partes envolvidas detém mais conhecimento do que as outras. Por exemplo, no mercado de seguros, os segurados podem ser incentivados a assumir comportamentos de maior risco, sabendo que estão protegidos pela apólice. Da mesma forma, no mercado de crédito, os credores podem enfrentar o desafio de avaliar a capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimos, levando a decisões que aumentam o risco de inadimplência. Esses exemplos ilustram como a informação assimétrica contribui para o surgimento do risco moral em diferentes contextos, destacando a importância de compreender e mitigar esse fenômeno.

Um exemplo concreto do risco moral, ocorre no mercado de seguros, onde as companhias estabelecem suas taxas considerando os incentivos dos consumidores para adotar níveis apropriados de cuidado. Portanto, a disponibilidade do seguro influencia diretamente o comportamento das pessoas: sem seguro, há um incentivo para máxima precaução. No entanto, o desafio surge na determinação do equilíbrio adequado entre o seguro insuficiente, que expõe os indivíduos a um alto risco, e o seguro excessivo, que pode resultar em comportamentos descuidados. Por isso, as companhias de seguro frequentemente exigem uma dedução do segurado, incentivando maior prudência.

Outro setor que o risco moral está presente é o setor da saúde. Existem estudos questionando se a cobertura de planos de saúde pode incentivar as pessoas a terem hábitos menos saudáveis. Esses estudos destacam não apenas a existência do risco moral nesse mercado, mas também seu impacto sobre a utilização dos seguros e os gastos com a saúde.




É evidente que o mercado busca maneiras de mitigar o risco moral, mas os governos, ao contrário, muitas vezes não possuem estruturas adequadas para fazê-lo. Isso é exemplificado pelo financiamento do BNDES a outros países, onde contratos envolvendo riscos de inadimplência são comuns. Embora o argumento a favor desses empréstimos seja o estímulo às exportações, a realidade revela desafios como a falta de pagamento por parte de alguns países, resultando em prejuízos que afetam outras áreas do governo.

Existem perigos de proteger os agentes das consequências de seus erros, alertando para o ciclo de erros contínuos que isso pode gerar. Um exemplo clássico desse fenômeno é o caso do fundo Long-Term Capital Management, cujos investimentos arriscados acabaram exigindo uma intervenção significativa do Federal Reserve Bank de NY para evitar uma crise financeira mais ampla.

Além disso, o risco moral também se manifesta quando os bancos são socorridos pela expansão monetária do banco central. Esse tipo de intervenção pode encorajar comportamentos irresponsáveis, como o financiamento de governos negligentes. Assim, situações envolvendo incertezas devem ser analisadas à luz do risco moral, especialmente quando se trata de financiamento internacional, injeções de capital em instituições demasiado grandes para falir e socorro a bancos deficitários.




Em suma, o fenômeno do risco moral adentra diversas áreas da economia e das políticas públicas, representando um desafio significativo para a eficiência dos mercados e estabilidade financeira. Existem diferenças entre o setor privado e o setor público, enquanto o primeiro busca mitigar esse risco, os governos enfrentam dificuldades em implementar estratégias eficazes devidos estruturas que desincentivam controlar esse risco.

A falta de ação para lidar com o risco moral pode levar a consequência como comportamentos irresponsáveis, crises financeiras e prejuízos econômicos. É fundamental para os formuladores de políticas econômicas estarem atentos ao risco moral e trabalharem da melhor forma para minimizar os efeitos negativos, promovendo assim uma melhor eficiência e melhora no mercado como um todo.