Tudo sobre IPCA+


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Como funciona ?

Tradicional título público atrelado à inflação, recentemente ganhou bastante destaque ao oferecer taxas acima de IPCA + 6% ao ano.

Assim como todos os títulos públicos, ao investir você estará emprestando dinheiro para o governo, que usa esses recursos para cobrir suas despesas e, em troca, seu dinheiro recebe uma remuneração por uma taxa que pode ser atrelada à taxa Selic, taxa pré-fixada ou, como neste caso, atrelada à inflação medida pelo IPCA.


Riscos

Quando se fala em “emprestar dinheiro para o governo”, o primeiro pensamento que vem à cabeça da maioria das pessoas é o risco de calote por parte do governo. De fato, esse risco existe, mas é uma possibilidade muito remota.

Se as contas públicas piorarem a ponto do governo ter dificuldades de pagar a sua dívida, o governo faz o que chamamos de “monetização da dívida”, que consiste basicamente em imprimir dinheiro para fazer estes pagamentos. Neste caso, as consequências para a economia seriam muito ruins, principalmente por conta da inflação, mas o calote é evitado.

O principal risco ao investir no Tesouro IPCA+, que você deve considerar, de fato, é a variação negativa no valor de mercado do seu investimento, que acontece devido às oscilações na taxa de retorno adicional sobre o IPCA. Essa variação traz riscos, mas também oportunidades, conforme vamos entender a seguir.


Porque a taxa varia ?


O que faz a taxa adicional sobre o IPCA variar é, basicamente, as perspectivas sobre as contas públicas brasileiras.

Se o governo passa sinais, e aprova medidas que implicam em maior responsabilidade fiscal, investidores “aceitam” uma remuneração menor para emprestar dinheiro ao governo, dado que o risco do investimento diminui.

Mas se o governo passa a demonstrar menos comprometimento com as suas contas, investidores entenderão que o risco de emprestar dinheiro a este governo aumentou, e portanto, o retorno oferecido deve ser maior.

Vale destacar ainda, que as taxas variam diariamente.


Como as variações na “marcação-a-mercado” impactam no valor do seu investimento?

Imagine que você investiu no Tesouro IPCA+ 2035 quando ele estava sendo ofertado a IPCA+5% ao ano. Segurando o título até o seu vencimento, você terá acumulado um retorno de 5% acrescidos da inflação medida pelo IPCA no período.

Porém, se após 1 mês, o mesmo Tesouro IPCA+ 2035 estiver sendo ofertado a IPCA+6% ao ano (para novas aplicações). Isso significa que a sua rentabilidade de IPCA+5% ficou defasada, então o seu título passa a valer menos, ou seja, se resgatar a aplicação neste momento, provavelmente sofrerá um prejuízo.

Mas se o contrário ocorrer, digamos, após 1 mês o Tesouro IPCA+ 2035 estiver sendo ofertado a IPCA+4% ao ano, por conta de medidas que o governo tomou para reduzir os gastos públicos. A sua rentabilidade de IPCA+5% agora estará acima do que o mercado está oferecendo, então o seu título irá se valorizar.

Sendo assim, ao mesmo tempo que a “marcação-a-mercado” é um risco ao investir no Tesouro Direto, ela é também uma oportunidade, conforme veremos a seguir.


Como Investir no Tesouro IPCA+

Ao contrário do que muita gente pensa, você não precisa segurar suas aplicações no Tesouro IPCA+ até o vencimento para obter retornos interessantes. Entendendo os melhores momentos para aplicar e resgatar, você consegue resgatar a sua aplicação com lucro, muito antes do prazo de vencimento.

O gráfico abaixo mostra a evolução da taxa oferecida no Tesouro IPCA+ 2035 ao longo do tempo:


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Se no mercado de Ações o lema é “comprar na baixa e vender na alta”, no Tesouro IPCA+ é justamente a lógica inversa: comprar na alta e vender na baixa.

Vamos supor que você tivesse investido no Tesouro IPCA+ 2035 em Janeiro de 2016, quando a taxa atingiu seu pico (IPCA + 7,80%). Se você resgatar a aplicação pouco menos de 4 anos depois, quando a taxa atingiu o seu menor patamar (IPCA + 2,87%), seria uma operação com potencial de dobrar o valor investido.

Naturalmente, não teremos a sorte de acertar, com precisão, os patamares máximos e mínimos. O nível de IPCA+5% serve como uma boa divisória entre as regiões de compra e venda (comprar acima, vender abaixo).

Ou seja, o nível em que a taxa se encontra hoje (IPCA + 6,22% em 29/07/24), já implica numa margem boa sobre o patamar de 5%. E quando a taxa cair para IPCA+4%, você já poderá resgatar a sua aplicação com um bom ganho, e reinvestir no Tesouro Selic, até o próximo ciclo de alta nas taxas, quando o processo se repete.


Prazos de vencimento

Para finalizar, uma última orientação em relação aos prazos de vencimento dos títulos Tesouro IPCA+. Quanto mais longo for o prazo, mais o título sofrerá variações de valor na “marcação-a-mercado”, portanto maior o seu risco, e também o seu potencial de retorno.

Então para quem está iniciando, minha recomendação é sempre escolher o título com o vencimento mais próximo, no presente caso, o Tesouro IPCA+ 2029.









SOBRE HENRIQUE DUQUE

Trader a Analista de Investimentos com Certificação CNPI-P n° 3257, habilitado a fazer recomendações usando todas as técnicas de análise de investimentos;
CEO e fundador da Carteira Perpétua, plataforma de carteiras recomendadas e conteúdo educativo sobre investimentos;
Formando em Economia pela FGV-EESP.

Instagram: @henrique.duque_

Youtube: henriqueduque



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AVISO LEGAL Este artigo não contém nenhuma recomendação de investimento, tendo caráter meramente informativo. Retornos históricos não são garantia de retornos futuros; Os riscos envolvidos no investimento recomendado foram apresentados neste mesmo relatório, estando o(a) leitor(a) ciente deles; A responsabilidade técnica por todas as recomendações de investimento é atribuída à Henrique Duque Peters, profissional certificado pela APIMEC sob o certificado CNPI-P n°3257, estando devidamente autorizado a recomendar investimentos com base em todas as técnicas de análise; Todas as recomendações refletem a opinião do analista com base numa análise independente, não recebendo quaisquer vantagens pelas indicações, ou se expondo a uma situação de conflito de interesses; O profissional cumpre todas as regras, diretrizes e procedimentos estabelecidos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em sua Resolução n°20, que dispõe sobre a atividade de analista de valores mobiliários. O analista não se responsabiliza por quaisquer perdas ocasionada por uma de suas recomendações de investimento.

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